Um pouco da história do Carnaval

Pensar no Carnaval é recordar dos grandes bailes e das marchinhas com muito humor em suas letras. É recordar da criatividade de seus foliões com suas fantasias, das brincadeiras, dos desfiles das escolas de samba e dos blocos pelas ruas de todas as regiões do país. E acima de tudo, da alegria que contagia as pessoas nessa época do ano.
Mas nem sempre foi assim, a história do Carnaval é mais antiga do que imaginamos. Dizem que esta comemoração surgiu por volta de 10 mil anos antes de Cristo, com o propósito de afastar os demônios da má colheita. Com esse intuito, homens e mulheres com a cara pintada de preto, cobertos de pele ou de plumas, em cortejo, invadiam as casas gritando.
Já outros autores, dizem que a origem do Carnaval aconteceu na idade média, com as “festas da fertilidade” para garantir boas colheitas.
Tratava-se de uma festa pagã no Egito, Grécia e Roma quando se adoravam os deuses da fecundidade, do crescimento, da colheita e da abundância. E por esse motivo, até o século XV, a Igreja Católica se opunha a esses festejos. Foi o Papa Paulo II que conseguiu regulamentar o Carnaval em Roma, tomando as ruas silenciosas e desertas com corrida de cavalos, carros alegóricos, confetes, lançamentos de ovos e outras brincadeiras. Mesmo o Catolicismo aceitando o Carnaval, permaneceram as danças, máscaras e fantasias.
Origem da palavra carnaval
“Carrum novalis” é a origem da palavra carnaval, imputada por alguns autores, que seria o carro que os romanos abriam os desfiles. Outros dizem que tem a ver com a Páscoa, de origem italiana “carnelevale” que tem como significado “tirar a carne”, pois termina na noite anterior à Quarta-Feira de Cinzas, início da Quaresma cristã e não se come carne.
Como o Carnaval iniciou no Brasil
O Carnaval iniciou no Brasil a partir do século XVII, trazida pelos portugueses, essa festa era muito alegre que envolvia brincadeiras como andar pelas ruas jogando água, farinha, barro, fuligem e até urina nas pessoas. Com o tempo as brincadeiras foram ficando mais suaves e usava-se borrachas com água perfumada.
Século XIX – O início do Carnaval de rua no Brasil
Em meados do século XIX, o Carnaval no Brasil já começa a se parecer com o Carnaval que conhecemos hoje. De bailes carnavalescos em clubes a escolas de samba, foliões se agrupavam para sair às ruas em cortejo.
Os bailes de máscaras deram início em 1840, no Rio de Janeiro, a partir daí foram se espalhando e popularizando.
Cronistas dos jornais da época incentivavam mulheres e homens a se fantasiarem, pois davam destaque às fantasias com suas descrições detalhadas.
Os clubes carnavalescos ou chamados também de sociedade tem boa parte no enriquecimento da cultura do carnaval, promovendo bailes de máscaras e uma banda de música que animavam seus sócios.
Tipos de agrupamento do Carnaval de rua
O “cordão” se tratava de grupos de mascarados que saiam às ruas conduzidos por um mestre com um apito que deviam ser obedecido pelos foliões. Acompanhados por um conjunto de instrumento de percussão, cantavam marchas ritmadas.
Os “ranchos” substituíram os “cordões” em 1911, derivados dos pastoris, dança dramática, onde participavam mulheres e o conjunto instrumental que não era só percussão, mas também usavam violões, cavaquinho, flautas e clarinetas. Havia um porta-estandarte e três mestres: de harmonia para a orquestra, de canto para o coro e o mestre-sala para a coreografia. Seu enredo era com base na mitologia.
Os “blocos carnavalescos”, surgiram no Rio de Janeiro, organizado por amigos, conhecidos e pessoas que chegavam sozinhas à rua e se juntavam para dançar, pular e cantar músicas carnavalescas acompanhadas de instrumentos como cavaquinho, violão, pandeiro e reco-reco.
Os blocos organizados que saiam fantasiados, com conjuntos musicais, sem enredo específico.
Personagens que simbolizam o Carnaval.
As principais personagens que simbolizam o Carnaval são: Momo, Colombina, Arlequim e Pierrô.
O Momo é um ser mitológico, Deus da zombaria e foi expulso do Olimpo porque ridicularizava outros deuses. No Carnaval um escravo era escolhido para simbolizar Momo. Representava um rei debochado que tinha poder na festividade, depois era morto e sacrificado ao rei Saturno.
A Colombina, assim como o Pierrô e o Arlequim, é personagem da Comédia italiana que se instalou na França, entre os séculos XVI e XVIII para divulgar a Commedia dell’Arte (teatro com textos improvisados). Amante de Arlequim vestia-se com roupas coloridas como a do seu amante, era uma criada esperta, sedutora e volúvel.
Rival de Pierrô pelo amor de Colombina, Arlequim se vestia de retalhos triangulares e coloridos. Representava o palhaço farsante e cômico.
Pierrô era um personagem sentimental e ingênuo.
Até os dias atuais, o Carnaval é considerado uma festa onde as pessoas expressam sua alegria, rindo, pulando e cantando, não importa sua condição social e econômica, a cor da pele, crenças, gênero e idade. O importante é preservar o intuito da festa que é trazer mais alegria a todas as pessoas uma vez que o mundo precisa dessa motivação.