Arte e cultura da civilização celta


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A visão de mundo dos celtas

O que difere a nossa civilização da celta é a forma de ver o mundo. Enxergamos a vida de maneira realista, apoiando-nos nos avanços da ciência. Já na visão de mundo dos celtas, existia a busca pelo aprofundamento dos ministérios da existência humana e do seu destino a ponto de deixar-se inebriar por ele.

Num universo paralelo, viviam e observavam elementos da dimensão dos sonhos e através dos transcritos mitológicos explicam esse universo e como relacionar-se com ele.

E desse modo de viver é que resulta a arte, a religião, os mitos, a história da civilização celta.

Quem já leu alguma das histórias desse povo, percebe que nos enredos aparecem criaturas como duendes, gnomos, fadas e selkies.

Atualmente, o folclore dos países celtas modernos, Irlanda, Escócia, País de Gales, Bretanha (oeste da França), norte de Portugal e algumas regiões da Espanha, mantêm a tradição desse povo antigo nas músicas, parlendas, danças, crenças populares, lendas e esportes.

A sociedade celta

A sociedade celta estruturava-se em torno da guerra. De guerreiros poderosos, cavaleiros habilidosos e ferreiros que invadiam, saqueavam diversos lugares como foi o caso da cidade de Roma em 390 a. C. e a Ásia menor (Turquia, Armênia e Curdistão)

Segundo as evidências arqueológicas a língua e a cultura celta se espalharam por essas terras por meio da miscigenação com a população local e não por invasões militares. Portanto, essa poderosa cultura desenvolveu-se pelo centro e o oeste da Europa.

Diante de tal fato, pode-se afirmar que os celtas eram de raça heterogênea que se dividiam em tribos diferentes, porém uma nação de cultura comum.

Uniam-se pela língua, pelo comércio, religião e instituições políticas.

Os clãs formavam as tribos liderados por reis que se dividiam em três classes: a aristocracia de guerreiros, a classe intelectual, formada pelo Clero, pelos poetas, juristas e outros, e o povo comum.

Existiam duas classes superiores, a dos Cavaleiros que eram liderados por um rei e a dos Druidas representando o clero que se ocupavam dos cultos, dos sacrifícios públicos e privados e da interpretação de intenções.

Eles tinham grande prestígio entre seu povo, pois incumbiam-se de aconselhar e decidir como juízes sobre crimes e disputas de propriedades.

Mas também eram magos, sacerdotes, astrólogos, astrônomos, filósofos, médicos e cientistas.

Outros tipos de homens considerados na mais alta honra eram os bardos que cantavam e faziam poesias. Eles celebravam os feitos dos heróis compondo “versos épicos”.

Os vates adivinhos e filósofos naturais que explicavam os grandes mistérios da natureza.

A economia

O povo celta utilizava o escambo como transação comercial, porém de forma recíproca, ou seja, a distribuição de bens, produtos e serviços era de acordo com o parentesco e obrigações.

Porém, evidências arqueológicas mostra que havia um comércio, antes da invasão romana, de zinco, chumbo, ferro, prata e ouro. Comercializavam armas e joias criadas por ferreiros e ourives celtas.

Mulheres celtas

As mulheres celtas participavam efetivamente da sociedade. Elas tinham direito de exigir divórcio e garantir suas propriedades que possuía quando solteira e poderia casar-se novamente.

Embora fosse minoria, havia mulheres que participavam de guerras.

A religião celta

A religião celta era cheia de criaturas sobrenaturais. Cultuavam um universo mágico onde os animais falavam, os homens morrem e renascem como gamos, javalis, salmões e, novamente como homens.

Fadas, gnomos e duendes que habitavam bosques e os leprecaus (sapateiros) que guardam seu pote de ouro no fim do arco-íris.

Os rituais e cultos

Os rituais celtas eram realizados na natureza como bosques, nascentes e poços, fontes e florestas.

As árvores tinham um significado profundo, pois eram vistas como deusas que eram guardadas por fadas.

De acordo com os arqueólogos, existe uma área perto da estrutura de pedra, chamada Stonehenge que está cheia de evidências sobre rituais, chamado de sacrifícios de sangue, praticados pelos celtas.

Eles encontraram na entrada do templo um crânio de uma criança partido em dois por um machado.

Stonehenge é envolvido em mistério e lenda e o próprio lugar onde o monumento foi erguido abriga os restos de heróis neolíticos.

Uma recomendação de livro para quem quer iniciar nessa aventura é Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley. São 4 volumes:

O primeiro é “A senhora da magia”, o segundo: A grande rainha, o terceiro: O gamo rei e o quarto e último: O prisioneiro da árvore.

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