O poder da música em nossa mente
Em todos os momentos da nossa vida, somos cercados por sons e ritmos. Desde bebês, ainda na barriga da mãe, já escutávamos ruídos externos. Depois que nascemos, dormimos ao som de cantigas de ninar.
Conforme crescemos, acumulamos músicas para ouvir em cada ocasião. Músicas que ouvimos na escola, músicas que ouvimos na academia, músicas que ouvimos na igreja, músicas que ouvimos em festas e aquelas que ouvimos quando estamos apaixonados.
O poder da música em nossa mente é tal que, onde quer que estejamos, basta ouvir uma canção para marcar um momento ou uma experiência que vivemos.
Dessa maneira, cada um traz consigo uma trilha sonora que, ao logo do nosso caminho na vida, criamos juntamente com as memórias em todas as fases da nossa existência.
Pois é possível estabelecer conexões com a música quando ouvimos uma melodia e lembramo-nos do passado, isso é chamado de memória musical.
Ela traz uma sensação, um sentimento. Recordações positivas ou negativas de uma determinada época pode vir à tona nesse momento de escuta.
O modo como a música influencia uma pessoa
Nos últimos anos, desenvolveram muitos estudos sobre o modo como a música influencia uma pessoa. Seja para melhorar a memória, acionar uma lembrança, auxiliar a coordenação motora, estimular a criatividade ou simplesmente para relaxar.
Os neurocientistas acreditam que produzir e escutar música ativa todas as partes do cérebro. Ou seja, as emoções, a criatividade e as funções motoras trabalham enquanto se ouve uma música.
Uma pesquisa recente sobre música e a saúde cerebral realizada pela AARP (American Association of Retired Persons) divulgou que o bem-estar emocional e mental de uma pessoa pode estar ligado à relação que ela tem com a música.
Foram entrevistados 3.185 norte-americanos com idade de 18 anos ou mais. Embora o estudo envolva um número pequeno de pessoas e seja apenas uma pesquisa de opinião, os resultados surpreenderam.
A pesquisa descobriu que 68% das pessoas que foram expostas à música quando criança, classificaram como excelente ou muito boa a sua capacidade de aprender coisas novas, em comparação com 50% que nunca foram expostos à música enquanto cresciam.
Pessoas com mais de 50 anos que ouvem música de maneira casual ou concentrada tiveram pontuação mais elevada para o bem-estar mental. E também níveis ligeiramente reduzidos de ansiedade e depressão em comparação com as pessoas em geral.
Constatou-se que participar de eventos artísticos está associado a uma melhor saúde mental e felicidade.
Dos entrevistados que disseram que já tocaram um instrumento musical, cantaram de alguma maneira ou que praticam a dança, especialmente aqueles com mais de 50 anos, estava ligado a taxas mais elevadas de felicidade e função cognitiva.
O estudo ressalta que não importa em que fase da vida uma pessoa começa a se envolver com a música, porque de qualquer maneira colherá seus benefícios.
Somos aquilo que ouvimos?
Entretanto, sabendo que a música influencia o nosso estado emocional, mental e, inclusive, o comportamental, a escolha do que vai ouvir é muito importante para se obter um resultado positivo em sua vida. Pois, dependendo dela, os resultados podem não ser tão bons assim.
Segundo diz o produtor musical Ronan Barros: “Somos aquilo que ouvimos”. Ele está referindo-se àqueles que estão envolvidos na música ativamente, que querem profissionalizar-se. Porém tem como base cultural músicas sem qualidade que podem afetar suas composições de maneira negativa.
E para quem só aprecia a música, a escolha da letra pode deixá-lo triste, desanimado, agressivo e até revoltado. Como por exemplo, ouvir músicas que falam de violência é possível que quem escuta possa ter um comportamento também violento.
Por isso, devemos ter em nossa “playlist” músicas que nos deixam bem-humorados, alegres, que elevam a nossa autoestima. Assim elas impactam de maneira saudável a nossa mente, corpo e alma.